Ciências e saberes indígenas

Ciências e saberes indígenas, mapas das resistências e outras narrativas dos povos indígenas.

Coordenação institucional :  Profa.Dra. Alanna Souto Cardoso ( Aru/ Tupinambá) e Andre Baniwa/ Gersem José dos Santos Luciano, do povo Baniwa.


Introdução

A linha de pesquisa Ciências e Saberes Indígenas articula o saber acadêmico comunitário e o saber tradicional dos povos originários em uma perspectiva interdisciplinar e decolonial. O foco está na produção de mapas das resistências e narrativas territoriais, envolvendo povos indígenas da Pan-Amazônia, em diálogo com memórias coletivas, cosmologias e práticas socioculturais.

Inspirada nos princípios da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), a iniciativa busca consolidar uma gestão institucional que valorize especialmente as gestões comunitárias lideradas por mulheres, visibilizando matriarcas e o protagonismo feminino nos processos de resistência e afirmação identitária.

Objetivos

  • Promover a elaboração de mapas etnoeducacionais e histórias territoriais a partir da tradição oral, da música, da arte, da literatura, da espiritualidade e das práticas de cura.

  • Reescrever e retomar espaços históricos sob o olhar e a voz dos próprios pesquisadores(as) indígenas.

  • Valorizar as emergências étnicas de comunidades indígenas urbanas, periurbanas, ribeirinhas e rurais, com destaque para o Fórum Parawara.

  • Contribuir para a descolonização do fazer histórico, contrapondo-se às historiografias e etnografias colonialistas.

Metodologia

A proposta combina metodologias de pesquisa acadêmica e de educação popular indígena, fundamentadas em epistemologias do Sul e perspectivas decoloniais. As ações incluem:

  • Trabalho colaborativo com as entidades representativas dos povos indígenas articulados ao Fórum Parawara de Indígenas em Contexto Urbano, Ribeirinho e Rural.

  • Oficinas de memória oral, entrevistas, registros audiovisuais e produção cartográfica comunitária.

  • Integração de pesquisadores(as) indígenas em formação acadêmica com mestres tradicionais de suas comunidades.

  • Organização de redes interinstitucionais para fortalecer academias indígenas e intercâmbios de saberes.

Resultados Esperados

  • Produção de mapas comunitários, etnoeducacionais e narrativos que expressem territorialidades, cosmologias e memórias coletivas.

  • Fortalecimento da ciência indígena como "ciência do concreto", enraizada na sociobiodiversidade e no bem comum.

  • Visibilidade para a atuação de mulheres indígenas como protagonistas na gestão comunitária e científica.

  • Consolidação de um referencial crítico para a educação escolar indígena em Abya Yala, ampliando o reconhecimento das academias indígenas.

  • Contribuição para um giro descolonial nas ciências humanas e sociais, reafirmando a legitimidade das epistemologias indígenas no cenário acadêmico.